quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

O diploma e a primeira geração ProUni

Olá a todos.
Neste dia 25 de Dezembro de 2008, o jornal "O Globo" deu destaque aos primeiros estudantes que chegaram a universidade através do Programa Universidade Para Todos (ProUni). Aproximadamente 56 mil brasileiros e brasileiras, que formam a primeira geração de beneficiados por esta feliz inicativa do governo federal, receberão seus diplomas no fim deste ano.

Conforme explica a matéria, escrita por Josy Fischberg, os bolsistas nada deixam a desejar aos que pagam seus estudos e que seriam mais bem preparados para cursar uma faculdade, como disseram - e ainda dizem - muitos por ai.
É evidente que o programa pode não ser perfeito, mas simboliza uma grande virada na educação do país. Aos que pensam que estudante pobre e de escola pública são incompetentes, estes resultados provam o contrário. Eles são tão inteligentes quanto os outros - e, muita vezes, até mais eficientes.

Não se pode esquecer, claro, que a educação básica do Brasil ainda precisar avançar e ter mais atenção dos governos. No entanto, os frutos destes investimentos só vão aparecer daqui a alguns anos. O Prouni - junto às cotas sociais - entra como uma medida temporária, visando a facilitar o acesso dos cidadãos mais carentes ao Ensino Superior, dando-lhes uma perspectiva de vida, novas esperanças e capacidade de crescer, em todos os sentidos.

Além disso, outro fato que se pode inferir disto é a incapacidade do vestibular de avaliar se uma pessoa tem condições de entrar para o meio acadêmico. Ultrapassado e ineficaz, o vestibular serve apenas para elitizar as universidades públicas, haja vista que quem pode pagar os famosos "cursinhos" sai em vantagem na disputa por uma vaga no 3º grau.

É com medidas assim que o Brasil tende a ir para frente. Formar cérebros é mais importante do que só formar técnicos. Sucesso aos novos diplomados.

Feliz Natal a todos. Voltarei com textos melhores.

3 comentários:

Rafael Oliveira disse...

Acho que é uma vitória para nós, estudantes universitários brasileiro! Sim, pois também faço parte dos que se beneficiam deste feliz, porém não perfeito, programa do governo federal. Claro, o resultado real disso tudo, veremos em alguns anos, mas acho que é um bom começo. Aliás, já devia ter começado há tempos... Quantos as cotas... melhor não comentar. Até porque já deixei de entrar para a faculdade pública por ser branco... esqueceram que existem brancos e pobres também! Esqueceram de criar a minha cota... (rs)

Érica Azevedo disse...

As cotas... Ai! essas cotas. Já ouvi cada coisa...Bem, gostaria de saber mais detalhes sobre os alunos que irão se formar. Queria saber números, porcentagem de pessoas que começaram e que irão se formar, essas coisas.

Rodrigo Campos disse...

É engraçado ver como as nossas opiniões mudam dependendo da nossa vivência... O Prouni eu nem posso comentar, pois o conheço muito por alto e sei que ele beneficia muitas pessoas, inclusive muitos amigos meus. Na minha leiga concepção, me parece um projeto perfeito, mas como vc diz que não é, realmente não deve ser, pois voce se beneficiou com o projeto e o conhece melhor que eu. Mas acho que o Prouni passa uma imagem boa para os leigos e é até uma esperança de que se consega ingressar numa universidade. Eu estava, inclusive, comentando sobre isso aqui em casa com uma sobrinha minha que deseja fazer Direito, mas que acha que passar no vestibular para Direito é muito dificil. E realmente o é. Eu concordando com ela, disse: "Ah! Mas hoje em dia tá mais fácil, porque voce tem o Prouni! É só voce fazer uma boa pontuação no Enem que o governo paga o seu curso." Pronto. Ela já tem uma esperança... E eu fico feliz por ela ter essa esperança. Alguns podem alegar que quem estuda numa universidade publica sai na frente dos outros, mas depende muito, não há uma verdade absoluta nessa história toda. Tudo depende de n fatores, muitos extra-intelectuais. A verdade é que o vestibular é injusto demais. Até hoje me traumatiza. Por isso que não desejo cursar outra faculdade. Não numa publica! Não quero passar por isso novamente!

Qto as cotas... polemicas cotas! Para mim, falar de cotas dentro da Uerj tem um sabor especial, visto que a maioria dos meus amigos são cotistas. Eu não sou! Sou negro e não sou cotista! Muitos estranham! Acham surpreendente! A questão é que eu não pedi para não ser cotista! Ao contrário, eu pedi para ingressar através das cotas, mas não me deram esse direito pois alegaram que minha renda é muito alta. Isso que não entendo. Nao é cota racial? Alguem duvida que eu seja negro? Mas não! Negro + pobre = binômio perfeito! Um show de hipocrisia. Como se já não bastasse eu ter que alegar por escrito que eu era negro de fato. Uma foto não bastava?! Posso tá falando até besteira, pois não entendo muito do processo de distribuição de cotas. Mas falo de acordo com as experiencias que eu vivi.

Hoje vejo as cotas de outro jeito, mas continuo em cima do muro. Eu antes de entrar para a Uerj tinha um discurso combativo, idealizado sobre as cotas. Que não é justo, que não está certo, etc. Mas convivo com cotistas a todo o tempo e não vejo nada de anormal em seu intelecto. São pessoas, de carne e osso, sabia?! Pessoas que vêem na cota uma oportunidade única. Única não por culpa delas, mas por causa de políticas públicas na área da Educação totalmente ineficazes. Sabia que muitos amigos meus (e cotistas) já estão pensando no seu Mestrado e na sua especialização?! Por que há tanta duvida e (ou) medo de quando os cotistas se formarem? Talvez seja um medo que não se justifique ou que se justifique num discurso que esconde um preconceito que vai muito além das cotas...

PS: Eu só entrei na Uerj pela reclassificação. Um dos motivos de não ter passado direto?! Cotistas entraram na minha frente com menos pontos que eu. Mas eu não guardo rancor...