“Em um luxuoso hospital da cidade, um intrigante mistério
pairava no ar. Havia um quarto que sempre recebia pessoas em recuperação, seu
número era 313. Era um quarto tranquilo, bem ventilado e de fácil acesso caso
houvesse alguma emergência. Os mais ricos e poderosos preferiam deixar ali os
seus ‘doentes’ em vez de tê-los em casa. Com o tempo, perceberam que todos que
ali permaneciam, morriam. E sempre as sextas-feiras...
Muitos familiares, indignados com a situação, resolveram
procurar as autoridades e denunciar médicos e enfermeiros por cometerem os
homicídios. - Não há nenhum assassino
aqui, cuidamos de pessoas e não lhes tiramos a vida! – Garantiu o diretor ao
delegado. De fato, não havia provas, apenas hipóteses, pensou ele. Poderia
haver forças sobrenaturais agindo ali?
O delegado, muito mais curioso do que interessado em
resolver o caso, decidiu instalar câmeras para vigiar o quarto 313 no dia em
que algum doente estivesse hospedado novamente. Por sorte do quarto, ou azar do
delegado, naquela semana, não houve doentes ali, e o que lhe restou foi esperar
mais uma semana.
Quinta-feira. O
delegado reuniu sua equipe em frente aos televisores instalados no quarto ao
lado, e, antes da meia-noite, já estavam lá com todo o esquema de revezamento
para aquela grande noite. Durante toda a madrugada, nenhum movimento foi
registrado, e ouvia-se apenas o barulho do respirador funcionando.
Até que às 7 horas da manhã, a porta do quarto se abriu, e
a equipe dormia. Somente às 07h50min, um
dos agentes despertou com um sussurro abafado de socorro, o último suspiro de
uma vida. O agente apressou-se em acordar o delegado, que tratou de correr até
o quarto na tentativa de salvá-la. Era
tarde, outro doente sucumbiu. Eles se entreolharam, e a única coisa que lhes
restava era voltar às gravações e ver o que sucedera.
Ao chegarem às 7h, viram que a porta se abrira. Dona
Lucinda, uma senhorinha que ainda trabalhava no hotel para complementar a
medíocre aposentadoria que recebia do governo após trabalhar durante toda sua
vida, entrou no quarto puxando o seu aspirador de pó com rodinhas. Ela era meio
surda, já não tinha visão periférica e falsificou os exames médicos de
admissão, pois achava-se plenamente capaz de realizar o trabalho.
Obviamente Dona Lucinda precisava se apressar para
terminar o serviço e só via como fazê-lo com a ajuda de seu mágico aparelho. Só
havia ali uma tomada disponível em todo o quarto, desconectou o fio que já
estava ali e ligou o aspirador de pó. Finalmente, encontraram a resposta para o
mistério do quarto 313.”
Esta história foi contada pelo meu pai, Sr. José, que
começou a falar do nada enquanto eu estava no quarto. Acredito que por ser um daqueles que não se conforma em
estarmos super concentrados em frente as telas dos computadores. Ela foi
contada por ele em um treinamento de reciclagem para eletricistas de sua
empresa, com objetivo de alertá-los sobre os pesquenos detalhes que fazem grande diferença durante o trabalho que desempenham. Achei simples, desconexa para o Blog e despretensiosa ao mesmo tempo, mas resolvi contá-la a vocês
também.
Ao som de ‘Titanium’ - David Guetta.
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