sábado, 9 de junho de 2012

O Mistério do Quarto 313


“Em um luxuoso hospital da cidade, um intrigante mistério pairava no ar. Havia um quarto que sempre recebia pessoas em recuperação, seu número era 313. Era um quarto tranquilo, bem ventilado e de fácil acesso caso houvesse alguma emergência. Os mais ricos e poderosos preferiam deixar ali os seus ‘doentes’ em vez de tê-los em casa. Com o tempo, perceberam que todos que ali permaneciam, morriam. E sempre as sextas-feiras...
Muitos familiares, indignados com a situação, resolveram procurar as autoridades e denunciar médicos e enfermeiros por cometerem os homicídios.  - Não há nenhum assassino aqui, cuidamos de pessoas e não lhes tiramos a vida! – Garantiu o diretor ao delegado. De fato, não havia provas, apenas hipóteses, pensou ele. Poderia haver forças sobrenaturais agindo ali?
O delegado, muito mais curioso do que interessado em resolver o caso, decidiu instalar câmeras para vigiar o quarto 313 no dia em que algum doente estivesse hospedado novamente. Por sorte do quarto, ou azar do delegado, naquela semana, não houve doentes ali, e o que lhe restou foi esperar mais uma semana.



Quinta-feira. O delegado reuniu sua equipe em frente aos televisores instalados no quarto ao lado, e, antes da meia-noite, já estavam lá com todo o esquema de revezamento para aquela grande noite. Durante toda a madrugada, nenhum movimento foi registrado, e ouvia-se apenas o barulho do respirador funcionando.
Até que às 7 horas da manhã, a porta do quarto se abriu, e a equipe dormia.  Somente às 07h50min, um dos agentes despertou com um sussurro abafado de socorro, o último suspiro de uma vida. O agente apressou-se em acordar o delegado, que tratou de correr até o quarto na tentativa de salvá-la.  Era tarde, outro doente sucumbiu. Eles se entreolharam, e a única coisa que lhes restava era voltar às gravações e ver o que sucedera.
Ao chegarem às 7h, viram que a porta se abrira. Dona Lucinda, uma senhorinha que ainda trabalhava no hotel para complementar a medíocre aposentadoria que recebia do governo após trabalhar durante toda sua vida, entrou no quarto puxando o seu aspirador de pó com rodinhas. Ela era meio surda, já não tinha visão periférica e falsificou os exames médicos de admissão, pois achava-se plenamente capaz de realizar o trabalho.
Obviamente Dona Lucinda precisava se apressar para terminar o serviço e só via como fazê-lo com a ajuda de seu mágico aparelho. Só havia ali uma tomada disponível em todo o quarto, desconectou o fio que já estava ali e ligou o aspirador de pó. Finalmente, encontraram a resposta para o mistério do quarto 313.”
Esta história foi contada pelo meu pai, Sr. José, que começou a falar do nada enquanto eu estava no quarto. Acredito que por ser um daqueles que não se conforma em estarmos super concentrados em frente as telas dos computadores. Ela foi contada por ele em um treinamento de reciclagem para eletricistas de sua empresa, com objetivo de alertá-los sobre os pesquenos detalhes que fazem grande diferença durante o trabalho que desempenham. Achei simples, desconexa para o Blog e despretensiosa ao mesmo tempo, mas resolvi contá-la a vocês também.

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