Como sempre, a parte cultural da minha vida me faz escrever novamente. E não foi diferente neste domingo, quando resolvi fazer um passeio deste tipo na companhia ilustre da minha mãe. Nossa intenção era ir à outra exposição, mas não vou citá-la aqui para não perder o foco. No entanto, tenho que destacar que como a fila estava dando voltas no quarteirão do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), fomos ver e nos surpreender com uma exposição magnífica em outro lugar...
O poeta português e suas várias faces são mostrados na Exposição "Fernando Pessoa - Plural como o Universo". Estive lá e só tenho a dizer que vale muito à pena prestigiar a mostra, pois está ao mesmo tempo surpreendente para quem já é familiarizado com a Obra do escritor e bem acessível pra quem não o conhece.
Logo no início, o visitante é apresentado ao escritor e suas várias personalidades. Alberto Caeiro, o poeta da natureza; Ricardo Reis, médico e discípulo de Caeiro; Álvaro de Campos, engenheiro de educação inglesa e origem portuguesa, e Bernardo Soares, do "Livro do Desassossego". Em meio a estas personas, raridades bibliográficas, como a primeira edição do livro Mensagem, o único publicado em vida por Fernando Pessoa, e os primeiros números da revista Orpheu, marco do modernismo em Portugal, podem ser encontradas ao longo do circuito.
A exposição conta com recursos que ajudam a ilustrar a Obra do autor. Um deles são os projetores dentro de várias espécies de cabines que possibilitam ao visitante ler seus poemas, os quais são divididos geralmente em oito partes e que vão sendo passadas com o movimento da mão a frente da projeção. A tecnologia promove a leitura mostrando trechos dos textos de Pessoa em dois grandes tanques virtuais de areia, que após certo tempo são apagados pela água do mar. Entre eles, há um grande pêndulo que segundo a curadoria da exposição, representa o tempo e faz parte da concepção cenográfica da exposição.
Há ainda a exibição de dois vídeos com pessoas em meio à multidão na cidade, recitando Pessoa, onde podemos sentar e apreciar com mais calma. O som alto e as palavras do escritor despertaram em mim curiosidade e provocaram reflexão. Em outro trecho do circuito, há uma sala onde mais trechos da Obra de Pessoa podem ser lidos apenas com a ajuda de espelhos, tudo isso com o som ambiente das ondas do mar.
Vocês podem conferir a exposição que está em cartaz no Centro Cultural dos Correios - Rio de Janeiro até 21 de Maio de 2011, de terça a domingo das 12h às 19h, na Rua Visconde de Itaboraí, 20, no centro do Rio (atrás do Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB) com entrada franca.
Quem for, peço que deixe aqui comentários de suas impressões e sensações durante a visita.
Aproveitem e um grande abraço!
(Ao som de “Cupido” – Maria Rita)
Foto: Rafael Oliveira – celular / Fonte de informações e horários: site do Centro Cultural dos Correios – Rio de Janeiro.
4 comentários:
AMIGO É MT LEGALLER O QUE VC ESCREVE !! QERIA TER ESSA PACIENCIA TODA Q VC TEM. VEREI A EXPOSIÇÃO OCM CERTEZA.
Eu fui na exposição do Escher no CCBB no Domingo. Cheguei lá por volta de 11 horas e a fila estava dando voltas. Quase desisti, mas quando eu estava lá dentro, uma mediadora me entregou uma senha e disse que devido a grande procura, eles estavam organizando grupos para levar as pessoas para uma sala, onde seria mostrado um pouco da obra do Escher e feita uma breve explicação do que seria a exposição. Após isso as pessoas seriam levadas para a exposição sem entrar na fila. Mas eu acho que isso não foi divulgado, porque quando saí ainda tinha uma fila grande lá fora. A exposição do Escher foi o máximo, ele sabia muito de matemática para fazer tudo aquilo. Um das coisas mais bonitas que já vi na vida. Bem melhor que arte moderna. Enfim, eu gostei do seu texto, acho que você está escrevendo cada vez melhor e muito bem, obrigada. enho orgulho de você, tenho orgulho do que você se tornou. E fiquei curiosa com esses tanques da areia, você não tirou nenhuma foto?
Luciana, obrigado. Como pode ver eu não escrevo com tanta frequência, preciso de inspiração, algo que me motive. Arte e cultura em geral fazem sentir-me assim.
Érica, é exatamente a exposição de Escher que eu queria ter visto. Realmente a falta de informação e o calor me fizeram desistir. Ficará pra minha próxima encarnação. Mas a exposição do Fernando Pessoa é simplesmente fantástica, e como disse, de fácil leitura. Sobre os tanques de areia, eu tirei fotos sim... e de várias outras partes da exposição. Vou tentar postar as fotos no facebook, mas faço o convite para que vá prestigiar a exposição. Se quiser, marcamos no fim de semana.
Isso é extendido à Lu também.
Beijos a ambas.
Pessoal, esqueci de comentar. Há uma sala onde se pode fazer degustação das Obras literárias em vários idiomas. Muito bacana!
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